
O Rio de Janeiro não é apenas palco de belezas naturais e grandes celebrações culturais. A cidade também se afirma como referência em turismo religioso. Um estudo especial elaborado pela Prefeitura, por meio da Riotur e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, aponta que o segmento já responde por 6,7% de todos os eventos realizados na capital, consolidando-se como o quinto maior do calendário carioca, tendo levado a aproximadamente 450 mil participantes em 2024.
Desse total, o maior foi a Marcha para Jesus, que reuniu 200 mil pessoas no percurso, e 20% (40 mil) dentro do Sambódromo.
A força desse setor vai muito além da dimensão espiritual. De acordo com os dados, as atividades religiosas sustentam uma cadeia produtiva que gera empregos, movimenta serviços e contribui para o desenvolvimento econômico. Hoje, 781 instituições ligadas à fé empregam diretamente 8,5 mil pessoas, somando R$ 279,5 milhões em salários anuais.
“O Rio de Janeiro, com seu talento natural para acolher e celebrar, mostra que é possível unir devoção, diversidade e desenvolvimento. Receber grandes eventos religiosos reforça a vocação do Rio como destino plural e democrático. Eles movimentam nossa economia, fortalecem o turismo e reafirmam a identidade de uma cidade que sabe transformar fé e espiritualidade em encontros de cultura, acolhimento e esperança”, afirma Bernardo Fellows, presidente da Riotur.
Em 2025, ano em que a cidade registra números históricos de crescimento no turismo, os eventos religiosos têm sido uma importante parte disso. Em maio, por exemplo, a tradicional Marcha Para Jesus reuniu um público estimado de 300 mil pessoas no Centro, concentrando-se na Praça da Apoteose. No início de setembro, a Juntas Conference levou mais de 65 mil mulheres ao Maracanã, em uma conferência voltada ao público feminino.
A pluralidade religiosa do Rio, que abrange católicos (35%), evangélicos (25%), espíritas, religiões de matriz africana, além de comunidades judaicas, islâmicas e budistas, é um reflexo da identidade cultural carioca. Essa diversidade transforma a cidade em palco de manifestações que unem fé, cultura e turismo.
Os números acompanham a tendência mundial: segundo a Organização Mundial do Turismo, cerca de 330 milhões de pessoas viajam todos os anos motivadas pela fé. No Brasil, estima-se que 8,1 milhões de viagens domésticas anuais sejam por motivos religiosos, movimentando aproximadamente R$ 15 bilhões.
“O Rio de Janeiro vive uma fase de grande aquecimento no calendário de eventos, e não é à toa. Nós temos trabalhado diariamente para fortalecer esse setor no Rio, porque entendemos o quanto gera de resultados: com mais oportunidades e melhoria de renda para os cariocas”, aponta Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico.
Procissões, festas de padroeiros, celebrações afro-religiosas e encontros ecumênicos reforçam a vocação da capital para receber turistas em busca de experiências espirituais e culturais. Mais do que fé, o turismo religioso no Rio de Janeiro representa tradição, diversidade e desenvolvimento.
O estudo completo está disponível no Observatório Econômico do Rio, no site observatorioeconomico.rio.